Apesar do aumento dos casos da doença no País, os dois medicamentos para combater o vírus H1N1 estão a ser muito menos vendidos do que se esperava. Depois da corrida às farmácias no início da pandemia e no Verão, a procura estagnou. Médicos dizem que apenas devem ser receitados a doentes de risco. Vendas de desinfectantes e máscaras também desceram.
As vendas de Tamiflu e Relenza estão a ser muito inferiores às esperadas. Depois de uma verdadeira corrida às farmácias para conseguir o medicamento, os únicos antivirais eficazes no combate ao vírus da gripe A (H1N1) estão a ser muito menos receitados do que no Verão. Se em Agosto as farmácias nacionais encomendaram 50 mil embalagens, em Outubro os pedidos aos fornecedores não ultrapassaram os 800 medicamentos.
"A venda de Tamiflu parou como parou a correria aos produtos para desinfectar as mãos", afirma Aline Aguiar, vice-presidente da Associação das Farmácias de Portugal. Uma situação que para o presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, João Sequeira Carlos, significa que se está a fazer "uma utilização racional" destes medicamentos, que exigem receita médica.
O médico reconhece que houve uma correria inicial, mas que "felizmente passou". "As recomendações indicam que o Tamiflu e o Relenza só devem ser usados em casos confirmados de gripe A e em grupos de risco", explica João Sequeira Carlos.
Em Abril, quando surgiram os primeiros casos da doença no mundo, as farmácias portuguesas compraram 36 695 embalagens para responder à procura. No mês seguinte, quando se registou o primeiro caso em Portugal, os português correram a comprar Tamiflu e Relenza.
Nesta fase, todos os casos de gripe eram identificados e todas as pessoas próximas dos doentes eram medicadas com estes antivirais para evitar o contágio. Com a subida de casos as perspectivas de venda destas substâncias aumentaram. O pico de encomendas foi em Agosto, quando os doentes começaram a ser infectados dentro de Portugal. Só nesse mês foram compradas, segundo a consultora IMS Health, 50 606 unidades de Tamiflu e Relenza.
A partir daqui as farmácias passaram a encomendar menos embalagens porque já não conseguiam vender os medicamentos. E em Outubro apenas chegaram aos postos de venda 743 unidades. "Em Novembro só vendi quatro embalagens", diz Aline Aguiar.

Também a venda de máscaras e de desinfectantes tem vindo a cair. Os dados do Centro de Estudo e Avaliação em Saúde da Associação Nacional das Farmácias mostram que em Setembro se vendiam 20 mil desinfectantes e em Novembro apenas 5000. Quanto às máscaras a procura caiu para metade: Das 10 mil máscaras em Setembro, venderam-se no mês passado pouco mais de 5000.
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