sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Médicos contra dispensa de medicamentos para sida nas farmácias

A Ordem dos Médicos (OM) "opõe-se frontalmente" à dispensa de medicamentos para o VIH/Sida nas farmácias, por considerar que pode implicar "um risco para a saúde pública", afirma o bastonário Pedro Nunes, citado pelo Jornal Público.

O bastonário da OM reagia assim à notícia, divulgada quinta-feira pelo jornal i, de que o Ministério da Saúde pretende avançar ainda este ano com a dispensa nas farmácias de medicamentos para tratar o VIH e o cancro. O objectivo é facilitar o acesso dos doentes a estes fármacos, que actualmente apenas são distribuídos nos hospitais.

"Retirar os antiretrovirais dos circuitos hospitalares tem riscos. Pode levar a uma utilização indevida, à sobremedicação, o que conduzirá à criação de resistências. E não podemos deixar que o vírus se torne resistente", justifica o bastonário.

Quanto à dispensa de medicamentos oncológicos nas farmácias, a OM não se manifesta "nem contra nem a favor", até porque "não é parte no negócio", diz Pedro Nunes.

A distribuição de fármacos para o cancro e o VIH/Sida é uma das medidas previstas no Compromisso para a Saúde, acordo assinado em 2006 entre o Governo e a Associação Nacional das Farmácias (ANF), mas que não chegou a avançar, depois de ter desencadeado um coro de críticas.

Mas agora tudo se encaminha para que a medida seja concretizada. O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, adiantou ao i que as negociações entre o Governo e a ANF sobre esta matéria estão em curso e que "falta apenas acordar o pagamento".

A ANF pretendia inicialmente receber uma margem de 6% sobre os medicamentos, mas o ministério defende que a remuneração das farmácias deve ser variável, ainda que com um limite a partir do qual o pagamento deve ser fixo.

Os tratamentos para o cancro e VIH/sida são responsáveis pela maior fatia dos gastos com medicamentos nos hospitais.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vacina de açúcar para resistir a temperaturas tropicais

Universidade de Oxford desenvolve novo método para transportar fármacos.

As vacinas do futuro poderão ser como dar um rebuçado a uma criança. Segundo uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford (Reino Unido), o fármaco não necessitaria de refrigeração e apenas custaria uns cêntimos.

Segundo Matthew Cottingham, investigador britânico, estas vacinas poderiam aguentar temperaturas tropicais até 45º Centígrados, durante seis meses – o que seria um importante contributo para o tratamento da Malária, por exemplo. Antes de salvar os infectados é necessário proteger os vírus modificados, que portam a imunização e caso não exista um frigorífico, não haverá vacina que resista.

Nos países africanos e asiáticos, as altas temperaturas representam um problema e por isso, o fármaco escasseia rapidamente ou, em caso de garantirem refrigeração, “o preço sobe até 20 por cento”, segundo a Organização Mundial de Saúde.

A novidade baseia-se na sacarose, do açúcar normal usado para adocicar o café, e num outro composto do mesmo género, a trealose (um dissacarídeo). Cottingham e a sua equipa experimentaram misturar as substâncias com dois tipos de vírus usados em vacinas. Posteriormente, esperaram que esta repousasse e que a água evaporasse por completo, de onde resultou um cristal sólido de açúcar que contém o vírus imobilizado.

É só juntar água!

“O cristal pode ser empacotado e enviado para qualquer parte do mundo e uma vez chegado ao destino é só juntar água para obter a solução”, contou o investigador. Mesmo que passem seis meses e que a temperatura suba até aos 45º Centígrados, “a vacina continuará eficaz e se o termómetro apenas subir aos 37º, poderá aguentar um ano”.

Cottingham assegura que o sistema poderá funcionar com actuais vacinas para o sarampo e a febre amarela. Contudo, o objectivo é criar uma nova geração de fármacos contra a malária, sida e tuberculose. Muitos destes tratamentos incluirão adenovírus e o chamado ‘poxvírus’ para a inoculação.

A equipa recebeu uma verba de dez milhões de dólares (7 370 826 euros) da Fundação Bill e Melinda Gates, para desenvolver o estudo, que se prevê estar pronto em cinco anos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Recolha de medicamentos em Lisboa

Cerca de 80 farmácias da região de Lisboa vão promover este sábado uma recolha de medicamentos destinados a instituições de solidariedade, para estas os distribuírem a quem mais necessitar, adianta a Lusa.

A II Jornada de Recolha de Medicamentos conta com a boa vontade dos utentes para contribuírem para esta causa. Cerca de 200 voluntários vão estar nas farmácias para explicar aos utentes a iniciativa, o objectivo e a forma como é concretizado.

«As farmácias têm uma lista de medicamentos que fornecemos, respondendo às necessidades concretas de cada instituição. Cada farmácia recolherá medicamentos para uma instituição específica. E os utentes são convidados a comprar medicamentos para doar», especificou o presidente da Associação para Assistência Farmacêutica, Luís Mendonça.

Com o lema «dê um medicamento a quem precisa», a recolha incide nas necessidades de cada instituição, que diferem consoante o grupo a que se dirige.

«A actividade do Banco Farmacêutico está focada na jornada, mas não excluímos a hipótese de fazer outras acções, pontualmente ou de uma forma mais continuada, por exemplo com a indústria farmacêutica, até porque sabemos o que as instituições precisam e as quantidades que precisam», concluiu Luís Mendonça.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Novo fármaco para síndrome dos ossos de vidro

Investigadores britânicos realizaram testes no Sheffield Children's Hospital.

Um grupo de investigadores britânicos, anunciou que a descoberta de um medicamento usado para tratar a osteoporose pode ajudar a diminuir o número de fracturas em crianças que sofrem da chamada síndrome dos ossos de vidro.

Mais de 50 indivíduos participaram num teste realizado no Sheffield Children's Hospital, no norte da Inglaterra, onde lhe foi administrado uma dose semanal de apenas dois miligramas de risedronato.

Um dos voluntários, Luke Hall, da cidade de Leeds, sofreu sua primeira fractura ainda no útero da mãe e até chegar à adolescência, já teve mais de 40 lesões. "Quando fiz o primeiro ultra-som, aos três meses de gravidez, os médicos já notaram um problema - ele tinha quebrado a perna", segundo contou à BBC a mãe da criança, Dorothy Hall.

"Ao começar a engatinhar, ele sofreu várias fracturas, principalmente nas pernas. Mas também quebrou outros membros e dedos dos pés e das mãos - ao menos uma vez a cada dois meses", acrescentou.

Com o novo medicamento, verificou-se que os ossos da criança estão mais fortes, mas o risco de fracturas ainda existe. "Ele entende suas limitações", disse a mãe. "Há coisas que ele não pode fazer. Por exemplo, ele jogava futebol até os 13 anos, mas entendeu que teve de parar porque o risco de lesões aumentou."

Os cientistas acreditam que a descoberta cria uma alternativa mais barata e mais acessível aos remédios já existentes, em casos menos graves. Nick Bishop, especialista na síndrome dos ossos de vidro, explicou que “é possível reduzir o número de internamentos, e todas as crianças que participaram nos testes apresentaram menos fracturas".

A síndrome de ossos de vidro, ou 'osteogenesis imperfecta', é uma doença genética hereditária que acompanha um indivíduo desde o nascimento. Portadores da doença apresentam colagénio de má qualidade ou em quantidade insuficiente para oferecer apoio à estrutura óssea.

Resultados do Inquérito (Último)

Esta é a última pergunta do nosso Inquérito.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Há 65 sites de farmácias autorizados a vender medicamentos na Net

A Autoridade Nacional do Medicamento disse hoje, sexta-feira, que há 65 sites de farmácias autorizados a vender medicamentos na Internet, depois de alertar para os riscos da compra em sites ilegais.

"Neste momento, há registados e autorizados a vender medicamentos pela Internet em Portugal 65 sites de farmácias e duas lojas de medicamentos não sujeitos a receita médica", disse à Agência Lusa o porta-voz Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) Carlos Pires.

Ao comprar nestes sites, os portugueses não correm o risco de adquirir um medicamento falsificado, que pode causar problemas graves de saúde, inclusive a morte. Segundo o presidente do Infarmed, Vasco Maria, metade dos remédios vendidos onine, em sites não autorizados, são falsificados.

O Infarmed divulgou ontem, quinta-feira, uma sondagem segundo a qual seis por cento dos cibernautas em Portugal já compraram medicamentos pela Internet, sendo os mais procurados os remédios para emagrecer e os anti-depressivos.

Para alertar para os perigos da compra de medicamentos em site ilegais, o Infarmed lançou uma nova edição da campanha "Não confie na sorte, confie no Infarmed", que irá prolongar-se até ao final do ano.

Para que os utentes do serviço de farmácia online não tenham dúvidas quanto à sua segurança, o portal do Infarmed permite pesquisar os sites autorizados a vender medicamentos pela Internet.

A venda de medicamentos através da Internet, que teve início em Abril de 2008, é possível graças ao regime jurídico das farmácias de oficina, uma legislação de 2007.

Resultados do Inquérito (cont.)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Médicos contra Farmácias

Os médicos estão a questionar uma campanha lançada pelas farmácias para promover medicamentos que ajudem os alunos a estudar na época de exames.

Ansiedade, stress, cansaço, problemas de memória e de concentração. A pensar nos principais efeitos que os exames têm nos universitários, a Associação Nacional de Farmácias lançou este mês uma campanha que visa aproximar as farmácias dos jovens adultos entre os 18 e os 24 anos, para que estes as vejam como um "espaço de aconselhamento" para produtos que os ajudem na hora de estudar. Uma ideia que desagrada à classe médica, que aponta o dedo a soluções rápidas e que fazem acreditar que a inteligência pode vir dentro de um frasco de comprimidos ou no líquido de uma ampola. "Deviam fazer campanha era para incentivar mais horas de estudo", defende o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes.

Resultados do Inquérito (cont.)